
No Brasil, o indicador deve fechar 2009 em torno de 48% do PIB e, mesmo o volume recorde previsto para 2010 ainda ficará muito abaixo do nível de países desenvolvidos e emergentes. Nos Estados Unidos, o volume atingiu 187% do PIB no ano passado. Na China, 123% e na Índia, 78%. Desde 2002, os empréstimos têm avançado no Brasil a uma taxa equivalente a cinco vezes a expansão do PIB. Para 2010, a conta não deve ser diferente e o estoque de empréstimos poderá ter crescimento na casa dos 25%, já que o PIB deve aumentar mais de 5%. Se a expansão for acima de 6%, como já apontam alguns analistas, o crédito poderá avançar 30%.
Para Rubens Sardenberg, economista da Febraban, a federação dos bancos, o sistema financeiro ainda tem um bom caminho para expandir o crédito. Mas ele pondera que a relação crédito/PIB não é tão pequena quanto se pensa, pois no Brasil a parcela do financiamento imobiliário é muito baixa, perto de 3% do PIB. Em outros países, a hipoteca responde por quase metade dos empréstimos. Por esse raciocínio, as demais modalidades de crédito têm menos espaço para crescer do que o número consolidado pode sugerir. O crédito imobiliário deve ser justamente a mola propulsora nos próximos anos. O Bradesco acredita que a relação com o PIB pode atingir 10% em poucos anos, dada a procura por investimentos em novos projetos.