Ewerton Camarano, CEO da Uliving

Adaptação de serviços para o estilo de vida dinâmico da geração Z

Empresas que desejam dialogar com essa geração precisam compreender que a flexibilidade não é mais um diferencial competitivo, mas uma condição básica de relevância

Autor: Ewerton Camarano

A Geração Z cresceu em um mundo que nunca conheceu a desconexão. Para eles, a tecnologia não é uma ferramenta, é o próprio ambiente em que vivem, aprendem e se relacionam. Essa vivência digital moldou uma geração que busca autonomia, rapidez e experiências personalizadas, transformando radicalmente o modo como produtos e serviços são consumidos.

Hoje, a flexibilidade não é apenas um desejo: é uma exigência. Essa é uma geração que questiona modelos rígidos e estruturas padronizadas, seja no trabalho, no lazer ou na moradia. E é justamente por isso que marcas de diferentes setores precisam repensar os modelos de entrega, colocando a liberdade de escolha e a adaptação no centro da experiência do cliente.

A era da escolha

Enquanto as gerações anteriores se orientavam por estabilidade, a Geração Z é movida pela possibilidade de escolher, pela customização — o que, onde e como consumir. Pesquisas recentes mostram que esses jovens preferem empregos que ofereçam liberdade de horário e propósito claro, mesmo que isso signifique trocar de empresa com frequência.

Esse comportamento, que muitos interpretam como “instabilidade”, é, na verdade, um reflexo direto do contexto em que nasceram: um mundo em constante mutação, no qual a adaptação é sinônimo de sobrevivência. Após a pandemia, essa mentalidade ganhou ainda mais força, com a flexibilização de modelos de trabalho, de ensino e até de moradia.

O valor da experiência

Para a Geração Z, o valor de um serviço está na experiência que ele proporciona e não na posse de um bem. Eles querem personalização, conveniência e, principalmente, fluidez. A ideia de contratos longos, processos burocráticos e pacotes inflexíveis soa ultrapassada.

É o que observamos no crescimento de modelos sob demanda, assinaturas mensais e serviços por uso — de transporte e entretenimento a moradia. O sucesso de plataformas que permitem “pagar apenas pelo tempo que se usa” é resultado direto desse novo padrão de consumo.

Flexibilidade como pilar estratégico

Empresas que desejam dialogar com a Geração Z precisam compreender que a flexibilidade não é mais um diferencial competitivo, mas uma condição básica de relevância. Isso se traduz em práticas como jornadas de trabalho híbridas, políticas de cancelamento simplificadas, interfaces intuitivas e atendimento humanizado e omnichannel.

A mesma lógica se aplica aos espaços físicos e aos serviços urbanos. Nos grandes centros, vemos o surgimento de estruturas mais dinâmicas, que acompanham o ritmo acelerado dessa geração, sejam cafés que funcionam como escritórios, academias abertas 24 horas ou moradias que combinam privacidade com áreas de convivência e networking.

A flexibilidade, portanto, é o novo idioma das relações contemporâneas. Ela traduz a necessidade de autonomia e autenticidade que define a Geração Z. Marcas que compreendem esse movimento tanto fidelizam consumidores como se tornam parte de suas jornadas.

Ao adaptar os serviços para esse estilo de vida dinâmico, as empresas não estão apenas atendendo a um público jovem, mas antecipando o futuro do mercado como um todo. Afinal, se tem algo que a Geração Z ensinou é que a mudança não é um obstáculo, mas, sim, o caminho natural da evolução.

Ewerton Camarano é CEO da Uliving.

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