Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion

As mudanças de hábitos dos consumidores na busca por saúde e bem-estar

Pesquisa da Galunion mostra que a população busca por alimentação saudável, redução no consumo de álcool e estilo de vida mais ativo

Nos últimos anos, o comportamento dos consumidores brasileiros tem passado por uma transformação cada vez mais aparente. A busca por qualidade de vida, impulsionada por uma maior conscientização sobre saúde e bem-estar, tem moldado novas escolhas na alimentação, no consumo de bebidas e na rotina de exercícios físicos, de acordo com a pesquisa “Alimentação Hoje: a visão do consumidor”, realizada pela Galunion. O estudo quis entender quais atividades os consumidores fazem com maior ou menor frequência atualmente do que há dois anos. Como resultado, 46% cuidam mais da saúde por meio de dietas específicas ou suplementos, 45% praticam mais atividades físicas e exercícios e 39% consomem bebidas alcoólicas com menor regularidade.

“Podemos observar que há um crescimento significativo no número de pessoas que priorizam o cuidado da saúde por meio de escolhas alimentares. Tanto é que nossa pesquisa mostra que 58% dos consumidores prestam cada vez mais atenção em rótulos e origem dos alimentos. Na pesquisa que realizamos em agosto de 2024, também com consumidores de todo o país, pudemos entender que os principais atributos que os consumidores que buscam uma alimentação saudável valorizam são alimentos frescos, funcionais, que geram bem-estar mental, tenham baixas calorias, altos em proteína e orgânicos”, comentou a fundadora e CEO da Galunion, Simone Galante.

Outra mudança perceptível é a diminuição no consumo de bebidas alcoólicas. Especialmente entre os jovens adultos, há uma tendência crescente de reduzir ou até eliminar o álcool da rotina. As motivações variam desde saúde física e mental a uma importância ao estado de presença e conexão, e contenção de gastos. A indústria, atenta a esse movimento, tem investido em bebidas não alcoólicas com design e sabor sofisticados, como os chamados “mocktails” e cervejas sem álcool. “Nossa pesquisa mostra que, diante deste cenário, 48% das pessoas frequentam menos bares, pubs, casas de shows, danceterias, clubes, casas noturnas ou baladas. Vimos também um recente movimento global de experiências diurnas movidas a bebidas não alcoólicas, como as coffee parties, com festas com DJ e música, em cafeterias, que ocorrem durante o dia”, explicou a executiva.

Uso de medicações também reflete nos hábitos de consumo

Pela primeira vez, o levantamento também quis saber se o consumidor ou alguém próximo está atualmente utilizando medicamentos para redução de peso ou apetite. Neste quesito, a pesquisa mostra que 22% conhecem ou estão usando, número que sobe para 32% na classe A. Para analisar essa questão mais a fundo, em caso positivo, houve a pergunta sobre quais mudanças de hábito alimentar foram observadas nos usuários após o início da medicação. Neste caso, 62% observaram uma redução significativa no apetite, levando a menor ingestão de alimentos, 55% diminuição do desejo por alimentos específicos, como doces, frituras ou bebidas alcoólicas, e 42% afirmaram que observaram a introdução de alimentos mais saudáveis na dieta diária.

Segundo Galante, “a mudança clara no comportamento alimentar de quem utiliza medicamentos para redução de peso ou de apetite pode ser observada em nossas pesquisas no Brasil, e em pesquisas feitas em outros países. As pessoas que usam esses medicamentos estão mudando a relação com a comida, de emocional para uma relação mais funcional, com foco em maior quantidade de aporte nutricional, proteínas e fibras. Além disso, a preferência por porções menores tem sido demonstrada. Vemos um movimento claro em desenvolver opções para essas necessidades na indústria de alimentos, chegando também no foodservice”.

Para a CEO, essa virada no estilo de vida reflete uma sociedade mais conectada com o autocuidado. “Além dos dados já mencionados, a busca por opções saudáveis no foodservice é algo relevante para 40% dos consumidores de forma geral e para mais da metade dos consumidores da classe A, segundo dados da nossa pesquisa de agosto. Enquanto algumas dessas mudanças foram aceleradas pela pandemia da Covid-19, que escancarou a importância da saúde preventiva, o que se vê agora é um novo padrão que veio para ficar. O consumo consciente chegou definitivamente ao prato, ao copo e à rotina de milhares de brasileiros”.

Metodologia

Este levantamento foi realizado de 25 a 31 de março, pela empresa especializada no setor de foodservice, com 1.008 participantes a partir de 18 anos, das classes ABC de todo o país. Com relação ao perfil da amostra, 21,5% dos respondentes tinham de 18 a 24 anos, 37% de 25 a 40 anos, 32,5% de 41 a 60 anos e 9% acima de 61 anos. Além disso, 10% pertencem a classe A, 41% a classe B e 49% a classe C.

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