Os vegetais congelados surgem como aliados estratégicos, com cortes uniformes e pesos padronizados, eles facilitam a montagem dos pratos e a divisão das porções
Autor: Michele Funari
Quem vive a rotina do food service — ou já assistiu à série The Bear — sabe bem: cozinhas profissionais lidam com alta demanda, pressão por produtividade e exigência por qualidade. Nesse cenário desafiador, soluções que otimizam tempo, reduzem desperdícios e garantem padronização se tornam indispensáveis. É aí que os vegetais congelados ganham protagonismo.
Segundo pesquisa realizada com 52 estabelecimentos do food service, conduzida pela Jummpi em parceria com a Grano Alimentos, 100% dos restaurantes entrevistados utilizam vegetais congelados, sendo que, quanto maior o porte (número de colaboradores) da empresa, mais frequente é o uso. Dentre as vantagens mencionadas, a praticidade é apontada como a maior, com 67,3%, seguida pela durabilidade e padronização de porções.
Sabe quando duas pessoas pedem o mesmo prato, mas uma recebe visivelmente mais batatas que a outra? Ou quando uma marmita vem com um único brócolis gigante, enquanto outra apresenta vários floretes bem distribuídos? Além de frustração, isso revela um problema real: a falta de padronização nas porções.
Na operação de cozinhas profissionais e serviços de alimentação, esse tipo de inconsistência impacta diretamente o controle de insumos, a percepção de qualidade e, claro, o custo. Por isso, os vegetais congelados surgem como aliados estratégicos, com cortes uniformes e pesos padronizados, eles facilitam a montagem dos pratos e a divisão das porções, garantindo que o cliente receba exatamente o que foi planejado, nem mais, nem menos.
Como consumidor frequente de marmitas congeladas, percebo na prática como a padronização faz diferença. Já pedi refeições em que os legumes vinham com cortes desproporcionais ou em porções muito pequenas, o que impacta diretamente a experiência. Ter vegetais com cortes regulares e porções equilibradas garante mais consistência na entrega.
Minha rotina é intensa. Entre o trabalho, vida pessoal e os treinos de ciclismo, manter uma alimentação equilibrada se tornou uma prioridade. Por isso, conto com o apoio das marmitas no dia a dia ou busco restaurantes com cardápios variados, que valorizam o uso de vegetais no prato. Ganha tempo, praticidade e saúde na mesma escolha.
E os benefícios vão além da estética: cortes regulares significam tempo de cocção igual, mais agilidade no preparo e menor margem para erro na cozinha. No fim do dia, isso impacta, também, na produtividade, reduz desperdícios e contribui para uma operação mais enxuta, eficiente e sustentável.
A tecnologia de congelamento rápido (IQF) garante ainda que sabor, textura, cor e valor nutricional sejam preservados. Isso porque, ao congelar o alimento em poucos minutos a temperaturas muito baixas, o IQF impede a formação de cristais de gelo grandes, que poderiam romper as células dos vegetais e causar perda de nutrientes.
Com esse processo, vitaminas e minerais essenciais, como a vitamina C e os antioxidantes, são mantidos em níveis muito próximos aos encontrados em alimentos frescos assim que colhidos, o que faz dos congelados uma alternativa prática, segura e nutritiva e com retenção de nutrientes acima dos in natura que encontramos nos mercados. Ou seja: o alimento pode até estar congelado, mas a qualidade está 100% viva.
Mais do que uma tendência, os vegetais congelados representam uma mudança de mentalidade no setor e uma adoção ainda maior de saúde nos cardápios. Não é apenas uma escolha operacional, mas uma decisão estratégica, com impacto direto na competitividade do negócio. Em um ambiente onde cada segundo e cada grama contam, soluções inteligentes como essa serão cada vez mais determinantes para quem deseja manter a qualidade sem abrir mão da eficiência.
Michele Funari Neto é executivo sênior de vendas e marketing da Grano Alimentos.